Engenheiros Entram na Luta Contra a SIDA em África

Em África, engenheiros de comunicações estão a instalar tecnologia usada nos telemóveis nas impressoras de forma a que estas consigam transmitir via wireless os resultados dos testes de VIH realizados nos bebés directamente para os centros de saúde. O projecto há um ano que tem vindo a ter sucesso em Moçambique e será implementado em outras regiões de África.

De acordo com os prestadores de cuidados, os bebés seropositivos para o VIH que recebem o tratamento mais rapidamente têm muito mais hipóteses de sobreviver. Mas Mary Pat Kieffer, da Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation, revela que os bebés das aldeias mais remotas morrem antes que os médicos consigam obter os resultados dos testes e iniciar a medicação.
 
Para ajudar a acelerar o processo, os prestadores de cuidados criaram redes para recolha das amostras de sangue, conservadas em papéis de filtro, e entrega nos laboratórios.
 
A tecnologia avançada necessária para determinar se os bebés estão ou não infectados está disponível em quatro laboratórios em Moçambique, afirma o Dr. Ilesh Jani, director do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique. No entanto, uma vez que faltam profissionais nestes locais para que se consiga ligar aos médicos ou enviar os resultados por SMS, os resultados empilham-se até que possam ser enviados por uma transportadora.
 
Duas empresas de tecnologia estão envolvidas na criação deste novo sistema de transmissão do diagnóstico: as britânicas Sequoia Technology Group e Telit Wireless. Tim Clayton da Sequoia explica que os engenheiros removem algumas peças de impressoras normais e substituem-nas com tecnologia encontrada nos telemóveis. Usando os computadores dos laboratórios podem transmitir-se os resultados de múltiplos exames simultaneamente usando a tecnologia GPRS, que afirma ser um método mais fiável e barato do que as SMS.
 
O programa a instalar em Moçambique custa cerca de 400000 dólares. Segundo Jani, uma empresa de telecomunicações móveis disponibilizou tempo de antena para as necessidades do projecto e realçou a necessidade de envolver o sector privado nos países empobrecidos.
 
De acordo com Clayton, não foi fácil montar o sistema britânico de ligação entre os computadores dos laboratórios e as impressoras dos postos de saúde. Agora que o sistema está em pleno funcionamento poderá ser replicado noutros locais. Estão em curso planos para implementação no Botswana, Quénia, Tanzânia, Uganda e Zimbabué. in aidsportugal
20 Maio 2012
Tradução / Edição: Admin
Associated Press (04.10.12)::Donna Bryson

FDA: Homossexuais Masculinos Ainda Não Podem Doar Sangue

A Cruz Vermelha Norte-Americana (ARC) e outros bancos de sangue apelam à alteração de uma política instituída pela Food and Drug Administration (FDA) que exclui como dadores os homens que tenham tido pelo menos uma relações homossexual desde 1977. Em vez desta regra, propõem como obrigatório o intervalo de um ano até poderem doar sangue. Foi feita uma alteração semelhante o ano passado na Inglaterra, Escócia e País de Gales.

Richard Benjamin, Director-Médico da ARC, afirma que o VIH constituía uma ameaça muito maior ao banco de sangue norte-americano há algumas décadas. O teste de detecção de DNA viral, introduzido em 1999, consegue detectar infecções que tenham ocorrido 12 dias antes do teste, reforça Benjamin.
Alguns activistas consideram injusto que um homem que tenha relações homossexuais (MSM) e que seja monogâmico seja banido para sempre e que um heterossexual que admita relações com uma prostituta possa doar sangue. A FDA defende-se com a defesa da população reclamando uma base científica para a sua actuação e não uma tentativa "de julgar a orientação sexual do dador."
 
A FDA poderá reavaliar a sua política concordando que a taxa de falsos negativos nos actuais testes de VIH é de um por cada milhão de testes realizados. Segundo Benjamin, o risco ainda existe, apesar de apenas se conhecerem quatro casos de transmissão de VIH através de transfusão sanguínea desde 1999.
 
De acordo com a FDA, a prevalência de VIH é 60 vezes superior em MSM do que na restante população.
 
Apesar de alguns activistas afirmarem que a "proibição vitalícia soa a discriminação" a FDA chama a atenção para a existência de outros grupos também eles impedidos de doar sangue e que incluem qualquer pessoa que tenha recebido dinheiro, drogas ou outras contrapartidas em troca de sexo desde 1977 e todos os que se tenham injectado por razões não-médicas.
 
Os procedimentos recomendados pela FDA foram revistos pela última vez em 2010 por um Comité de Aconselhamento para a Saúde e Serviços Sociais. in aidsportugal Washington Post (04.17.12)::Laura Unger

Investigadores chineses ponderam um gel anti-SIDA

Uma equipa de investigação chinesa disse na segunda-feira que os resultados dos testes para avaliar a potência de uma molécula para impedir o HIV de entrar nas células humanas são "incentivadores". A universidade de Hong Kong (UKH), a Universidade de Nanjing e os investigadores de Hong Kong da Cidade Universitária, a trabalhar com Shanghai Targetdrug Co., disse que a molécula TD-0680 podia ser desenvolvida para um microbicida para "prevenir a transmissão do HIV por via sexual" - a causa de mais de 90 por cento das infecções por HIV na China.

Tal gel daria às pessoas, particularmente às mulheres, um "método alternativo para se protegerem do vírus, além dos preservativos," disse Zhiwei Chen, director do Instituto da SIDA da Faculdade de Medicina Li Ka Shing da Universidade de Hong Kong. "A solução ideal é desenvolver uma vacina eficaz. Como tal vacina permanece indefinida, temos o dever de explorar outras estratégias tal como um microbicida tópico," disse ele.
 
De acordo com a equipa, a TD-0680 é muito mais potente que o maraviroc, um antiviral desenvolvido pela Pfizer e aprovado pela FDA americana para o tratamento clínico.
 
O estudo, "CCR5 Antagonist TD-0680 Uses a Novel Mechanism for Enhanced Potency Against HIV-1 Entry, Cell-Mediated Infection and a Resistant Variant," foi publicado no Journal of Biological Chemistry (2012;doi:10.1074/jbc.M112.354084). in aidsportugal

VACINA do HPV vai estar disponível para HOMENS

A vacina contra quatro tipos de Papilomavírus Humano (HPV), disponível em Portugal desde 2007 para o sexo feminino, vai estar disponível também para homens. De acordo com um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), o HPV provoca anualmente mais de 11 mil novos casos de lesões genitais no sexo masculino.

De acordo com o comunicado do Portal... de Oncologia Português (POP), a vacina, até agora indicada para mulheres até aos 45 anos, vai poder ser aplicada em homens, para que beneficiem de proteção dos tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.

O POP refere que a infeção é muito frequente, “estimando-se que 75 a 80% dos homens e mulheres sexualmente ativos sejam infetados pelo HPV ao longo da vida”. A ideia de que o homem é apenas transmissor do vírus é errada, uma vez que também eles são afetados, podendo sofrer vários tipos de cancro e outras doenças genitais.
O estudo da ENSP indica ainda que os condilomas genitais são a doença por HPV mais frequente em Portugal, surgindo em cerca de 11.100 novos casos por ano no sexo masculino, o que representa um custo de cerca de 2,5 milhões de euros em diagnóstico e tratamento.
Os dados preliminares do estudo "HPV Vaccination - Quantitative Market Assessment for Boys and Young Men", conduzido pelo IFOP (Market Research and Opinion Poll Institute) e pela Sanofi Pasteur MSD, apontam para que apenas 50% dos homens portugueses, com idades entre os 18 e 26 anos, tenham conhecimento da existência do HPV.
Do grupo que conhece o HPV, apenas 55% acredita estar em risco de contacto com o vírus. Quando confrontados com o facto de o HPV causar cancros e doenças genitais também no sexo masculino, 68% dos homens portugueses mostram-se surpreendidos.
Com a nova indicação da vacina, dados do mesmo estudo estimam que 85% dos homens portugueses são favoráveis ou muito favoráveis à vacinação contra o HPV. [Notícia sugerida por Diana Rodrigues] In boas noticias 16/05/2012