Ministro considera homossexualidade "doença do Ocidente"

O ministro da saúde indiano, Ghulam Nabi Azad, proferiu na segunda-feira declarações que fizeram estalar a polémica no país, ao endereçar-se à homossexualidade como uma «doença» que teve a sua origem no Ocidente e que se tem alastrado pela Índia.

O discurso de Azad surgiu no âmbito de uma conferência inserida num ciclo de convenções sobre o vírus da SIDA/HIV em Nova Deli, e que contou igualmente com a presença do primeiro-ministro do país, Manmohan Singh.

Ghulam Nabi Azad declarou que «as relações estão a mudar e os homens estão a ter sexo com outros homens agora», apesar de reconhecer «ser difícil» identificar homens homossexuais no país e, assim, «detectar a sua propagação».

«Apesar da [homossexualidade] não ser natural, ela existe no nosso país e está a espalhar-se rapidamente», atirou o ministro.

As declarações deram o rastilho para a revolta entre os grupos defensores dos direitos das comunidades gay da Índia, um país que durante 148 anos teve em vigor uma lei que definia a homossexualidade como um crime punível com uma pena até 10 anos de prisão.

O ministro da saúde já reagiu à polémica erguida em torno das suas declarações que, defendeu, «foram retiradas do contexto», contou ao diário TheTimes of India.

Segundo Ghulam Nabi Azad, durante a sua intervenção disse que «não queria entrar em qualquer controvérsia», acrescentando que essa parte do seu discurso «não foi citada» pelos órgãos de comunicação social.

«Estão a ser veiculadas notícias que fazem de mim o vilão para os MSM [denominação para os homens homossexuais]», lamentou, sublinhando ao mesmo tempo que a presença do vírus HIV, nesses indivíduos, é de 7,3 por centro, valor superior aos 0,31 por centro que predominam entre a população adulta na Índia.

Retirado de Jornal Sol, 05.07.2011

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